Dilma participa de dois eventos em Belo Horizonte.
Ministros, deputados federais e o prefeito de BH a acompanharam.

A presidente Dilma Rousseff visitou nesta terça-feira (27), pela terceira vez em um mês, o estado de Minas Gerais,reduto do possível candidato tucano à Presidência da República,Aécio Neves. A presidente participou em Belo Horizonte da formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e da inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). No dia 7 de agosto, Dilma foi a Varginha, no Sul de Minas, e no dia 20, a São João Del Rei.

Acompanhada de ministros, de deputados federais e do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, a presidente Dilma entregou o diploma a um dos formandos do Pronatec, em cerimônia realizada na Serraria Souza Pinto, no centro da cidade. Ao todo, mais de 2,6 mil alunos estão na formatura do programa, vindos de vários cursos técnicos e profissionalizantes do Senac e do Senai.

No início de seu dicurso, após entregar diplomas a formandos, a presidente se confundiu e cumprimentou o prefeito Marcio Lacerda dizendo que era o prefeito de Porto Alegre.

A presidente Dilma parabenizou os alunos e lembrou que o ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva também se formou em um curso técnico de torneiro mecânico. “O Lula me disse uma vez: ‘eu tenho dois diplomas, um de torneiro mecânico e esse diploma de torneiro me ajudou a receber o segundo diploma, que foi o diploma de presidente da República’”, afirmou Dilma.

Ela defendeu a expansão do Pronatec e disse que, atualmente, o Brasil tem uma das menores taxas de desemprego do mundo – de 5,6% em julho. “Agora precisamos ter cada vez mais qualificação para o trabalho, cada vez mais as empresas e as oportunidades surgirão para quem for qualificado”, disse.

“O Pronatec é como se fosse uma ponte entre a necessidade das empresas por trabalho qualificado e a necessidade do Brasil de empregar os jovens e garantir que eles subam na vida. É esse o conflito que o Pronatec resolve. Estamos aqui hoje por educação e trabalho”, afirmou.

A presidente voltou a defender o uso dos royalties do petróleo na educação e disse que a maior riqueza de um país é sua população. “O Brasil só vai se tornar uma nação desenvolvida se nós investirmos fortemente em educação. Por quê? Porque qual é a maior riqueza de um país? Não são os edifícios, as estradas, os prédios, não é a riqueza natural como o petróleo. A maior riqueza do país é a sua população” afirmou.

Dilma disse que os royalties que o governo federal arrecada das empresas que exploram petróleo somam R$ 112 bilhões. “Tem mais no pré sal”, afirmou.  O número do pré sal, só de um campo, está em 300 e 700 bilhões de reais”.

De acordo com a presidente, o governo se orgulha da lei que determina que 75% royalties devam ser empregados em educação e 25% em saúde – aprovada neste mês pela Câmara. “Deixamos plantadas as condições do presente do futuro de assegurar que teremos educação de qualidade. É disso que eu tenho orgulho”, disse.

Na abertura, o prefeito Marcio Lacerda deu boas vindas a Dilma à sua terra-natal, sob vaias. Depois, contou que o início de sua carreira profissional foi em um curso técnico do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Lacerda falou como o curso foi importante para ele, e do orgulho que ele tem de ser eletricista. “Tenho orgulho de ser eletricista. Eu posso fazer a instalação elétrica de uma casa”, falou o chefe do Executivo de Belo Horizonte aos recém-formados.

O Pronatec foi criado em 2011, com o objetivo de ampliar as vagas de educação profissionalizante e técnica. Desde o seu lançamento, mais de quatro milhões de pessoas foram atendidas. Em Minas Gerais, foram cerca de 468 mil matrículas.

Dilma em Minas
No dia 7 de agosto, a presidente esteve na inauguração do campus avançado da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) em Varginha, no Sul de Minas. Na ocasião, Dilma falou de sua “admiração” pelo ET de Varginha. “Eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. Eu nunca o vi, mas as pessoas que eu conheço daqui, ou já o viram, ou conhecem alguém que o viu”, brincou.

No dia 20, a presidente esteve em São João Del Rei, no Campo das Vertentes, para anunciar o investimento de R$ 1,6 bilhão para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. Em 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia lançado o investimento para as cidades históricas brasileiras.

A presença da presidente Dilma em Minas Gerais tem chamado a atenção. O senador Aécio Neves, mineiro, e possível candidato a presidente na eleição de 2014 pelo PSDB, criticou a última visita de Dilma. Segundo ele, o anúncio do PAC das cidades históricas “zomba” dos mineiros.

“É inacreditável até onde é capaz de ir o desrespeito do PT e da presidente Dilma com Minas e os mineiros. A presidente voltou a Minas, e sem ter o que apresentar, lançou como se novo fosse, o mesmo programa lançado diversas vezes pelo presidente Lula e por ela mesma, e que, até hoje, não se transformou em realidade”, disse o tucano. E completou em nota, dizendo que “o dia de hoje deve ficar marcado na nossa consciência como mais um dia em que o PT teve a coragem de zombar da memória e da inteligência dos mineiros”, afirmou o senador.

Asilo a senador boliviano
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (27) que o Brasil "jamais" poderia ter colocado em risco a segurança do senador boliviano Roger Pinto Molina e criticou a operação que o retirou, sem autorização do governo da Bolívia, da embaixada brasileira em La Paz, onde estava na condição de asilado havia um ano.

Para a presidente, a ação de fuga do senador com auxílio da embaixada brasileira colocou em risco a vida do parlamentar, o que, segundo ela, é "inaceitável". A operação resultou nesta segunda-feira (26) na demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, substituído por Luiz Alberto Figueiredo.

CCBB
A presidente inaugura, ainda, o Centro Cultural Banco do Brasil, no Circuito Cultural Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O espaço é resultado de uma parceria entre o banco e o governo de Minas Gerais. O local estará aberto ao público a partir desta quarta-feira (28).

As obras de restauração e adaptação do prédio projetado em 1926 pelo arquiteto Luiz Signorelli foram iniciadas em agosto de 2009. De acordo com o BB, aproximadamente R$ 37 milhões foram investidos na reforma, no restauro e na aquisição de mobiliário e equipamentos.

O espaço abriga 12 mil metros quadrados de área para exposição, teatro com 270 lugares, sala multimeios (170 metros quadrados), sala de programa educativo, cafeteria, lanchonete, loja de produtos culturais e área administrativa.

Nesta primeira etapa serão 8 mil metros quadrados abertos ao público, e mais 4 mil metros quadrados na segunda fase, totalizando 12 mil metros quadrados de área construída, o que coloca o CCBB-BH entre os maiores espaços culturais do Brasil.

FONTE: g1.globo.com